31 de mar. de 2013

Colecionando Pessoas.

Paz e graça a cada um dos leitores do Impactando Vidas! É sempre bom estar aqui!  Mais uma vez quero pedir perdão a todos que porventura, ao passarem continuamente pelo blog, não veem atualizações mais frequentes. Tenho me esforçado ao máximo para continuar com este projeto, e peço apenas uma coisa: tenham paciência comigo! Este tempo de "silêncio", digamos assim, tem me possibilitado refletir mais apropriadamente sobre muitas coisas, e espero em Deus que muitos textos relevantes e de aprendizado, principalmente para mim, logo estejam disponíveis no Impactando!

Hoje compartilharei um texto que fiz para o CDC (Conversa Decente Cristã), texto este que nestes últimos dias tem com frequência visitado minha mente, e penso não ser em vão. Para aqueles que ainda não sabem, sou colunista também no CDC, vale a pena clicar aí do lado e conferir muitos textos preciosos dos outros colunistas, e claro, meus por lá. Fica o convite! Meu desejo sincero é que Deus fale ao coração de cada um de vocês por meio da reflexão que segue, fiquem à vontade e descubram o que Jesus colecionava!



Quando criança tentei colecionar selos. O mais engraçado era que nunca consegui, por mais que tentasse, prosseguir com isto. Lembro perfeitamente que nesta época eu não escrevia cartas para ninguém, logo, também não as recebia, e embora minha família e amigos ajudassem com selos bem interessantes, perdi o entusiasmo, e por isso, a coleção terminou ainda bem cedo.

Já vi muitas pessoas colecionando as mais diversas coisas: medalhas, troféus, miniaturas, notas altas, recordes, vitórias... E quanto mais tenho vivido mais observo infelizmente, como os homens ajuntam pedras como se fossem diamantes em seus celeiros: quantos há que colecionam namorados(as), casamentos, frustrações, perdas, fracassos, lamentações, quantos se empenham em guardar mágoas, inimigos e pecados?  Tantas foram as prisões pelas quais passaram, que agora acham aceitável incluí-las em suas listas de objetos de estimação. E você, o que tem colecionado?

Pensando sobre este assunto, percebo que Jesus também tinha uma coleção especial, a qual compartilhou com seus discípulos e com todos aqueles que ainda hoje se aproximam dele: "Caminhando junto ao mar da Galileia, viu dois irmãos, Simão, chamado Pedro, e André, que lançavam as redes ao mar, porque eram pescadores. E disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens. Então, eles deixaram imediatamente as redes e o seguiram." (Mateus 4.18-20)

O que Ele colecionava? Jesus colecionava pessoas! Ele não fazia isto como nós, que as colocamos numa estante, como animais exóticos, demonstrando desta forma como são úteis para nossos objetivos, como meras conquistas. De forma alguma! Cristo mostrava-se à vontade com as pessoas, as quais, de igual modo, se sentiam bem ao Seu redor. Ele se agradava em passar horas com elas, falando-lhes do amor do Pai. Mostrou que não havia preconceitos de Sua parte para com cada ser humano, não importava se estes eram saudáveis  ou leprosos, ricos ou humildes, judeus ou samaritanos. 

Jesus via as pessoas como de fato eram, sem máscaras, com suas limitações, falhas e sua necessidade de Deus. Enxergava a inveja, o destempero e hipocrisia nos corações dos fariseus e mestres da lei, mas ainda sim, nunca os destratou, antes, revelou a verdade de quem Deus é  e o caminho certo a seguir.

Sabe, desde a malfadada coleção de selos, não tenho me entusiasmado a estimar algo, mas refletindo sobre a maravilhosa proposta que meu Deus, Salvador, Amigo e Senhor tem a compartilhar, tenho me proposto a colecionar pessoas também. Juntar amigos, percebendo suas necessidades e de alguma forma, tentar suprí-las. Sentar nas ruas se for necessário e dispor um pouco do meu tempo com os que receberam do mundo ingratidão, indiferença e humilhação, e falar-lhes de alguém que realmente se importa com o que sentem, com os desafios que têm de enfrentar a cada dia.

Quero aceitar sem receios o convite de Cristo e tornar-me uma exímia pescadora de  pessoas e aprendiz na oficina divina, que aceita gente como eu, como você, nos moldando e tratando não como merecemos, mas com graça, misericórdia e um amor que não se pode mensurar. Aprender com Ele a ter tempo para amar e estar disposta a isto!

Assim como eu, posso ver centenas de pessoas a lançarem suas redes ao mar. Convido-te a fazer o mesmo. Vem! Deixe de lado estas coleções que um dia serão dissipadas pelo passar inevitável do tempo, e colecionemos um verdadeiro tesouro vivo: Pessoas! Se Jesus dispôs tempo para isto, é porque realmente este era Seu propósito e nos deixa claro que era algo de suma importância. Que possamos aprender com Ele.

No amor de Cristo, de quem sou humilde parte de Sua tão grande coleção:

Gerlane Oliveira. 

1 de jan. de 2013

Abrindo as Velas da Embarcação


"Se a chuva me alcançar e o barco revirar 
Que eu acorde em terra firme lá."

(Esperança - Os Arrais)


Os dias se passaram corridos, fugidios, negligentes... Dias maus, mal vividos, desperdiçados, lágrimas em meio a sorrisos, sorrisos destilando lágrimas invisíveis, mentes e corpos - máquinas incansáveis em busca - do que? Ou de quem?

Parados como árvores, no mesmo lugar. Ou correndo atrás do vento - apenas uma forma diferente de paralisação. Alicerces tortos, edifícios fadados a tombar, casas desoladas, carentes - de pão, de amor, de companhia, de paz, de uma palavra há muito contida.

Perguntas, perguntas e mais perguntas - respostas? Nenhuma? Sim, há respostas, das mais variadas formas possíveis, apenas não conseguimos vê-las, percebê-las, ouví-las - os sentidos estão viciados, não irremediavelmente, e urge mudanças.

Cansaço, frustrações, tentativas, tropeços, quedas, dor - lá longe, em algum lugar mais à frente, há algo mais  firme, real - sobrevivemos, persistimos, e seguimos, independente do que passou. 

E numa confusa aritmética, fazemos somas insanas, nos subtraímos. O resultado? Corações estropiados, juntados os cacos com a cola ineficiente de um superbonder barato.

Histórias do passado, presentes ausentes, presente no presente, expectativas de um futuro incerto, incertezas de um futuro ausente. Não procuremos novos horizontes, mudanças de ares ou afastamento. A luz do dia está brilhando há tanto tempo... Tanto tempo! É necessário apenas novos olhos para enxergá-la. 

Dentro de poucos instantes mais um ano terá início, e este quadro resumido em pequenas frases acima representou o ano de muita gente, devido às circunstâncias que inevitavelmente se nos apresentaram, ou às atitudes e caminhos que nós mesmos escolhemos trilhar. Dentre todos os clichês tão conhecidos e ditos por quase todos neste período do ano, algo - que não é inédito, nem uma cultura ou saber desconhecido - necessita chamar a nossa atenção:

Não são promessas feitas nos primeiros dias do ano que farão diferença em nossas vidas. A diferença reside em nossa atitude diante de escolhas que todos os dias precisamos fazer. Que nossas atitudes possam ser concretas, sinceras e acima de tudo, sábias. E que acima de tudo, Deus possa ser o centro delas, o centro de toda nossa vida! Resta-nos seguir abrindo as velas de nossa embarcação, seguindo o vento, que sopra para onde quer, e que deseja que prestemos ouvidos aos seus sussurros -  Quem tem ouvidos, ouça!

"Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida." (Provérbios 4.23)



"Pois se tudo mudou
E em Cristo eu sou mais do que sou
Pra trás  eu deixo o homem que fui
E as casas que eu construí longe de Ti.

Se  tudo mudou eu abro as velas da embarcação
Na esperança que pela manhã
Avistarei o porto  onde  Te encontrarei."
(Esperança  - Os Arrais)

27 de set. de 2012

Há Luz Para Esta Casa.

"Hoje eu acordei, me sentindo só, me sentindo pó, igual a Jó." 
(Não Quero Mais Acordar Assim - Fruto Sagrado)


"Alguém precisa saber que eu estou preso aqui dentro. Será que alguém aí se importa com a minha dor e sabe que eu existo? Eu não sei." 
( Universo Particular - Fruto Sagrado)


Há uma linha tênue que separa os que seguem em frente e não desistem da existência, ainda que seja uma sobrevida, daqueles que entregam os pontos e desistem de viver. Mas por que muitos transpõem esta linha tão frágil? 

É sempre um golpe saber que alguém em um determinado momento e em determinadas circunstâncias dá este passo, porém, imensamente mais doloroso é quando compartilhamos da amizade, companheirismo, sorrisos, lágrimas, vitórias e perdas com este alguém, porque abre-se um vazio indescritível em nosso interior e aquela sensação de impotência e extrema tristeza torna-se parte de nossos dias, mais uma vez...


Posso imaginar os motivos que levam indivíduos a agirem assim, mas não quero fazer disto um exercício agora, para ser sincera, nem agora, nem depois. Ainda acredito que por mais árduo que seja o labutar dos anos e as cicatrizes que nos marcam como fogo, há razão para prosseguir.

Há momentos em que pensamos em jogar tudo pro alto: que a doença siga seu curso, o abandono, o abuso e a rejeição preencham os espaços ainda não sufocados, a escuridão da sala alcance o restante dos cômodos da casa e o silêncio seja nossa eterna canção e nosso legado para o mundo. Seja relutando, resistindo, tropeçando...

A linha tênue que faz esta distinção ainda irá perdurar por algum tempo. Mas, até quando?

Até quando nos importaremos mais com as aparências em detrimento dos sentimentos; o mundo fingido e virtualmente construído, onde tudo e todos são perfeitos, que teimamos em trazer para o mundo real, ignorando o fato de que para a cura ser efetuada é necessário que as máscaras ruam? Até quando descobriremos com angústia que não dá pra voltar atrás e agirmos de forma diferente, valorizando aqueles que fazem parte de nossos dias, expressarmos quão importantes eles são, quando a realidade da morte se faz presente com toda a violência frente aos que nos deixam ou que deixamos?

Aquieta-te coração ferido, "como um sino dobrando em outro mundo, os profetas anunciam que, não importa a aparência das coisas agora, só o bem, não o mal, tem futuro." (Philip Yancey - A Bíblia que Jesus Lia, pg. 186)

"Este não é o fim há luz pra esta casa!" Acredite! 


       

1 de ago. de 2012

Ocaso... Mas Outro Dia Vem Aí!


Quem disse que não deveria chorar ou me "ausentar" do mundo quando estivesse triste? Ou que não seria bom transparecer insatisfação primeiramente com os meus erros, mas também com a falha alheia, que de alguma forma sempre me atinge; pra disfarçar a raiva, maquiar as palavras para não dizer a verdade aos ouvidos maculados pela mentira? Infelizmente, o que ainda me impede de dizer certas coisas, é o verniz da educação, e estas coisas nada têm de obscenas, partidárias ou falsas.

Quem disse para me conformar com minha própria situação, muitas vezes  inconstante, e porque me conformaria com o caos que impera neste mundo? Quem disse que deveríamos agir como fariseus, hipócritas e bandoleiros da fé? Aliás, de onde saiu tanto absurdo e com que autoridade proferem tais mentiras?

Paulo nos diz que "para a liberdade foi que Cristo nos libertou" (Gálatas 5.1) e é pela certeza desta liberdade que não nos atreveremos a sermos fantoches ou alguma nova espécime de robôs. Salomão nos instrui sobre o tempo certo de todas as coisas, inclusive para chorar, para jogar pedras, para se afastar, e igualmente há o tempo de rir, de ajuntar e de amar. (Eclesiastes 3)

Que Deus me ensine a chorar e me derramar quando necessário, que eu não cale dentro de mim sentimentos ou palavras por farisaísmo, legalismo ou religiosidade barata; mas se vier a calar, que seja por sabedoria, sensatez e necessidade. Que meu sorriso não fira o coração alheio, mas seja expressão genuína que encontro somente naquele que extrai dos meus dias mais sombrios, sempre alguma cor e beleza, os quais por mim mesma, não saberia sequer existir.

Que eu me mantenha longe, não por comiseração ou orgulho mesquinho, mas pela necessidade de refletir e de silêncio, de espaço para o próximo e para mim mesma, afinal, "respirar" é condição indispensável a qualquer um. E acima de tudo, que os encontros e reencontros sejam cheios de alegria verdadeira, afeto sincero e que na comunhão entre dois ou três, Deus se faça presente, pois ali o encontraremos se assim procedermos.

 Ensina-nos a viver, Senhor! 


12 de fev. de 2012

Reflexos da Contemporaneidade.


Graça e Paz pessoal! Peço desculpas a todos aqueles que visitam o Impactando Vidas, principalmente nestes últimos três meses. Posso dizer que ultimamente as coisas não têm contribuído muito para que eu escreva... Entretanto, expresso aqui o meu empenho e minha palavra de continuar com este projeto e me esforçarei ao máximo para uma maior atualização deste blog. Obrigada a todos que nos acompanham nesta caminhada! E mais uma vez reitero meu convite para que participem comentando, dando sugestões. É muito interessante e igualmente importante a sua opinião.



Hoje vamos tratar sobre flash mobs no contexto cristão. Qual a linha que os une, e porque isto é tão relevante nos nossos dias?

Flash mob é um agrupamento de pessoas, coordenadas por uma rede de email ou telefone celular, que se reúnem em um lugar predeterminado, para desempenharem uma breve ação conjunta, dispersando-se logo que esta termine. Em geral, a maior parte destas reuniões são tão inusitadas, quanto desprovidas de um sentido definido - guerras de travesseiro, festas em metrôs, pessoas que se reúnem para agir como zumbis por um tempo, bater palmas por quinze minutos, e coisas do gênero. Entretanto, há também a realização de reuniões que zelem pelo bem comum e direitos dos cidadãos, como os flash mobs que protestam diante de abusos políticos ou distribuem alimentos à pessoas carentes, por exemplo.

Flash mob, portanto, não é um movimento novo, pelo menos não no sentido estrito da palavra, pois podemos observar sua ocorrência em tempos remotos, como por exemplo, na Revolução Francesa, salvo as devidas proporções, mas é um movimento bastante intenso e que tem tomado amplas direções em nossa sociedade, inclusive dentro das diversas religiões, e o cristianismo não é exceção.

Tratando-se deste quesito, ainda nos tempos idos da igreja, temos uma visão bastante clara disto nos primeiros capítulos do livro de Isaías. De uma forma resumida, temos um povo, Israel, reunindo-se nos dias determinados e realizando as celebrações estabelecidas, porém, era uma geração marcada por uma vida de injustiça, preocupação excessiva com a aparência externa pelas mulheres, e o mais terrível, um povo, que não obstante ser escolhido por Deus, esqueceu-se dEle. Israel desconhecia o Senhor, e com isso o abandonou. (Confira Isaías 1: 10-17)

Infelizmente, a igreja moderna tem mais coisas em comum com Israel deste período do que desejaríamos. Rotinas de cultos, congressos, repletos de pessoas, cujos corações estão distantes do Senhor. Pessoas que buscam tudo: dinheiro, bens, poder, fama, manipular outros, satisfazer seus desejos mais íntimos - menos o Deus de tudo!

Pessoas que deturpam o Evangelho, substituindo-o por uma imitação barata, e anátema - maldita. Flash mobs que se reúnem para disseminarem falsas e maléficas doutrinas: unção do riso, do leão, da cobra, pessoas miando, latindo e cacarejando, enquanto a Palavra de Deus é deixada de lado. E a doutrina da prosperidade sendo alardeada como verdade, levando muitos ao erro.

"Não vos deixeis envolver por doutrinas várias e estranhas, porquanto o que vale é estar com o coração confirmado com graça." (Hebreus 13.9a)

Certamente não é disso que a Bíblia trata quando diz: "Porque onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles." (Mateus 18.20) Deus não se agrada do que estão fazendo com Seu nome e Suas palavras! Não requer de nós um simples ajuntamento onde heresias e todo tipo de bizarrices ocorram, por falta de entendimento de quem Ele é.

O que Ele requer de cada um é uma vida simples, justa e um culto racional! Dá-nos sabedoria Senhor, pois estamos agindo como loucos. Transforma tua Igreja, porque não queremos mais envergonhar Teu nome e nem sermos objetos das astúcias de Satanás. E que nossa busca seja a tua presença Deus, sempre.

Que Ele, pois, nos abençoe neste propósito!